A atual crise energética, agravada pelo aumento dos preços da energia e pelas preocupações com as alterações climáticas, alterou profundamente a forma como pensamos as nossas casas. Confrontados com o aumento das facturas de eletricidade e de gás e com regulamentos ambientais cada vez mais rigorosos, os proprietários são agora encorajados a tornar as suas propriedades mais eficientes do ponto de vista energético. Adaptar a sua casa para responder aos desafios energéticos não é apenas uma questão de reduzir os custos, mas também de aumentar o valor da sua propriedade e assumir umcompromisso ecológico.

 

Neste artigo, analisamos as soluções para melhorar o desempenho energético da sua propriedade, explorando ao mesmo tempo os benefícios económicos e ecológicos que trazem.

 

  1. Realização de um diagnóstico do desempenho energético (DPE)

 

O primeiro passo para adaptar um imóvel à crise energética é conhecer o seu consumo energético atual. O Diagnóstico do Desempenho Energético (DPE) é uma ferramenta essencial para avaliar a situação. Classifica um imóvel numa escala de A (muito eficiente em termos energéticos) a G (muito intensivo em termos energéticos). O diagnóstico identifica os pontos fracos da propriedade (isolamento, aquecimento, ventilação) e sugere formas de efetuar melhorias.

 

A DAP não só é útil para orientar o trabalho, como também está a tornar-se um critério cada vez mais importante para compradores e inquilinos. Um imóvel mais bem classificado é mais atrativo e o seu valor pode ser significativamente mais elevado no mercado.

 

  1. Melhorar o isolamento térmico do edifício

 

Uma das principais formas de reduzir o consumo de energia é melhorar o isolamento térmico. Um mau isolamento conduz a perdas de calor, o que aumenta o consumo de aquecimento. De acordo com a Agência Francesa para a Transição Ecológica (ADEME), um mau isolamento pode ser responsável por até 30% das perdas de calor de uma casa.

 

Eis algumas soluções para melhorar o isolamento térmico:

- Isolamento do sótão: O sótão é frequentemente responsável por perdas de calor significativas. O isolamento desta parte do edifício limita a perda de calor no inverno e reduz o sobreaquecimento no verão.

- Isolamento das paredes exteriores e interiores: As paredes representam uma grande superfície em contacto com o mundo exterior. Optar por um isolamento externo é particularmente eficaz, mas o isolamento interno também pode proporcionar bons resultados a um custo mais baixo.

- Substituição de janelas: As janelas de vidro simples deixam entrar muito frio. Substituir estas janelas antigas por modelos com vidros duplos ou triplos reduz consideravelmente a perda de calor.

 

As obras de isolamento não só reduzem a fatura energética, como também melhoram o conforto térmico e acústico da casa.

 

  1. Escolher um sistema de aquecimento eficiente e economizador de energia

 

O aquecimento é responsável por uma das maiores percentagens do consumo de energia de um agregado familiar. Adaptar o seu sistema de aquecimento às exigências actuais é, portanto, crucial. Existem várias soluções mais económicas e respeitadoras do ambiente a considerar:

 

- Bomba de calor (PAC): Este dispositivo utiliza a energia do ar ou do solo para aquecer a sua casa, o que o torna um sistema eficiente e amigo do ambiente. As bombas de calor podem reduzir para metade ou triplicar a sua fatura de aquecimento, consoante a região e a disposição da sua casa.

 

- Caldeira de condensação: Se tiver um sistema de aquecimento a gás ou a óleo, a substituição de uma caldeira antiga por uma caldeira de condensação poupa energia e emite menos CO₂.

 

- Aquecimento solar: A energia solar é uma solução sustentável e amiga do ambiente. Embora a instalação inicial de painéis solares fotovoltaicos possa representar um investimento significativo, pode produzir eletricidade e, em alguns casos, vender o excedente à rede.

 

  1. Optar por uma ventilação eficiente

 

A ventilação é frequentemente um aspeto negligenciado da renovação energética de um imóvel. No entanto, uma boa ventilação é essencial para garantir uma óptima qualidade do ar interior e evitar problemas de humidade.

 

A ventilação mecânica controlada (CMV) recupera o calor do ar extraído para aquecer o ar que entra, limitando assim a perda de energia. Este sistema é particularmente eficaz em edifícios bem isolados.

 

  1. Regulação e domótica: controlar o seu consumo

 

Os avanços tecnológicos permitem-nos agora controlar e regular melhor o nosso consumo de energia. A instalação de termóstatos programáveis ou ligados permite controlar melhor o aquecimento, ajustando automaticamente a temperatura em função das necessidades reais.

 

Os sistemas de domótica oferecem soluções avançadas para gerir o consumo de energia. Por exemplo, é possível programar à distância a ativação dos radiadores ou do ar condicionado ou regular a temperatura de cada divisão em função da hora do dia. Desta forma, evita-se o desperdício e optimizam-se os custos de energia.

 

  1. Adoção de energias renováveis

 

Por último, uma das respostas mais sustentáveis à crise energética é o recurso às energias renováveis. Dependendo da localização geográfica e do tipo de propriedade, existem várias opções disponíveis:

- Painéis fotovoltaicos: Produzir a sua própria eletricidade através de painéis solares é uma solução que agrada a cada vez mais famílias, sobretudo tendo em conta o aumento do preço da energia. Além disso, a revenda da eletricidade não utilizada à rede torna a instalação rentável a longo prazo.

- Aquecedor solar de água: O aquecedor solar de água utiliza a energia solar para aquecer a água doméstica, reduzindo o consumo de gás ou eletricidade.

- Fogões a lenha ou a pellets: A madeira é uma fonte de energia renovável que é frequentemente mais barata do que a eletricidade ou o gás. As salamandras a lenha modernas são altamente eficientes e podem aquecer uma casa de forma eficiente, ao mesmo tempo que são amigas do ambiente.

 

  1. Assistência financeira para trabalhos no domínio da energia

 

Adaptar a sua propriedade à crise energética é um investimento, mas existem várias ajudas financeiras disponíveis para ajudar a reduzir o custo. Os regimes disponíveis em França incluem :

- MaPrimeRénov": Subvenção para incentivar os trabalhos de renovação energética. O montante depende do rendimento do agregado familiar e das obras efectuadas.

- Empréstimo ecológico a juro zero (Eco-PTZ): Empréstimo sem juros para financiar trabalhos de renovação energética, disponível para todos os proprietários de casas, independentemente do seu rendimento.

- Certificados de poupança de energia (CEE): Os fornecedores de energia são obrigados a financiar, sob a forma de bónus, os trabalhos de poupança de energia realizados por particulares.

 

Este auxílio torna as obras mais económicas, garantindo simultaneamente uma melhoria significativa do desempenho energético da habitação.

 

Conclusão

 

Face à crise energética, tornar um imóvel mais eficiente do ponto de vista energético já não é apenas uma opção - é uma necessidade. Quer seja para reduzir as facturas, melhorar o conforto ou enfrentar os desafios das alterações climáticas, cada proprietário pode adaptar o seu imóvel escolhendo as soluções certas. Quer se trate de isolamento, aquecimento, ventilação ou utilização de energias renováveis, estas medidas fazem parte de uma transição energética sustentável, aumentando simultaneamente o valor do seu imóvel.

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