Imobiliário
O sector imobiliário e a crise energética: como adaptar o seu imóvel?
29 de outubro de 2024
A atual crise energética, agravada pelo aumento dos preços da energia e pelas preocupações com as alterações climáticas, alterou profundamente a forma como pensamos as nossas casas. Confrontados com o aumento das facturas de eletricidade e de gás e com regulamentos ambientais cada vez mais rigorosos, os proprietários são agora encorajados a tornar as suas propriedades mais eficientes do ponto de vista energético. Adaptar a sua casa para responder aos desafios energéticos não é apenas uma questão de reduzir os custos, mas também de aumentar o valor da sua propriedade e assumir umcompromisso ecológico.
Neste artigo, analisamos as soluções para melhorar o desempenho energético da sua propriedade, explorando ao mesmo tempo os benefícios económicos e ecológicos que trazem.
O primeiro passo para adaptar um imóvel à crise energética é conhecer o seu consumo energético atual. O Diagnóstico do Desempenho Energético (DPE) é uma ferramenta essencial para avaliar a situação. Classifica um imóvel numa escala de A (muito eficiente em termos energéticos) a G (muito intensivo em termos energéticos). O diagnóstico identifica os pontos fracos da propriedade (isolamento, aquecimento, ventilação) e sugere formas de efetuar melhorias.
A DAP não só é útil para orientar o trabalho, como também está a tornar-se um critério cada vez mais importante para compradores e inquilinos. Um imóvel mais bem classificado é mais atrativo e o seu valor pode ser significativamente mais elevado no mercado.
Uma das principais formas de reduzir o consumo de energia é melhorar o isolamento térmico. Um mau isolamento conduz a perdas de calor, o que aumenta o consumo de aquecimento. De acordo com a Agência Francesa para a Transição Ecológica (ADEME), um mau isolamento pode ser responsável por até 30% das perdas de calor de uma casa.
Eis algumas soluções para melhorar o isolamento térmico:
- Isolamento do sótão: O sótão é frequentemente responsável por perdas de calor significativas. O isolamento desta parte do edifício limita a perda de calor no inverno e reduz o sobreaquecimento no verão.
- Isolamento das paredes exteriores e interiores: As paredes representam uma grande superfície em contacto com o mundo exterior. Optar por um isolamento externo é particularmente eficaz, mas o isolamento interno também pode proporcionar bons resultados a um custo mais baixo.
- Substituição de janelas: As janelas de vidro simples deixam entrar muito frio. Substituir estas janelas antigas por modelos com vidros duplos ou triplos reduz consideravelmente a perda de calor.
As obras de isolamento não só reduzem a fatura energética, como também melhoram o conforto térmico e acústico da casa.
O aquecimento é responsável por uma das maiores percentagens do consumo de energia de um agregado familiar. Adaptar o seu sistema de aquecimento às exigências actuais é, portanto, crucial. Existem várias soluções mais económicas e respeitadoras do ambiente a considerar:
- Bomba de calor (PAC): Este dispositivo utiliza a energia do ar ou do solo para aquecer a sua casa, o que o torna um sistema eficiente e amigo do ambiente. As bombas de calor podem reduzir para metade ou triplicar a sua fatura de aquecimento, consoante a região e a disposição da sua casa.
- Caldeira de condensação: Se tiver um sistema de aquecimento a gás ou a óleo, a substituição de uma caldeira antiga por uma caldeira de condensação poupa energia e emite menos CO₂.
- Aquecimento solar: A energia solar é uma solução sustentável e amiga do ambiente. Embora a instalação inicial de painéis solares fotovoltaicos possa representar um investimento significativo, pode produzir eletricidade e, em alguns casos, vender o excedente à rede.
A ventilação é frequentemente um aspeto negligenciado da renovação energética de um imóvel. No entanto, uma boa ventilação é essencial para garantir uma óptima qualidade do ar interior e evitar problemas de humidade.
A ventilação mecânica controlada (CMV) recupera o calor do ar extraído para aquecer o ar que entra, limitando assim a perda de energia. Este sistema é particularmente eficaz em edifícios bem isolados.
Os avanços tecnológicos permitem-nos agora controlar e regular melhor o nosso consumo de energia. A instalação de termóstatos programáveis ou ligados permite controlar melhor o aquecimento, ajustando automaticamente a temperatura em função das necessidades reais.
Os sistemas de domótica oferecem soluções avançadas para gerir o consumo de energia. Por exemplo, é possível programar à distância a ativação dos radiadores ou do ar condicionado ou regular a temperatura de cada divisão em função da hora do dia. Desta forma, evita-se o desperdício e optimizam-se os custos de energia.
Por último, uma das respostas mais sustentáveis à crise energética é o recurso às energias renováveis. Dependendo da localização geográfica e do tipo de propriedade, existem várias opções disponíveis:
- Painéis fotovoltaicos: Produzir a sua própria eletricidade através de painéis solares é uma solução que agrada a cada vez mais famílias, sobretudo tendo em conta o aumento do preço da energia. Além disso, a revenda da eletricidade não utilizada à rede torna a instalação rentável a longo prazo.
- Aquecedor solar de água: O aquecedor solar de água utiliza a energia solar para aquecer a água doméstica, reduzindo o consumo de gás ou eletricidade.
- Fogões a lenha ou a pellets: A madeira é uma fonte de energia renovável que é frequentemente mais barata do que a eletricidade ou o gás. As salamandras a lenha modernas são altamente eficientes e podem aquecer uma casa de forma eficiente, ao mesmo tempo que são amigas do ambiente.
Adaptar a sua propriedade à crise energética é um investimento, mas existem várias ajudas financeiras disponíveis para ajudar a reduzir o custo. Os regimes disponíveis em França incluem :
- MaPrimeRénov": Subvenção para incentivar os trabalhos de renovação energética. O montante depende do rendimento do agregado familiar e das obras efectuadas.
- Empréstimo ecológico a juro zero (Eco-PTZ): Empréstimo sem juros para financiar trabalhos de renovação energética, disponível para todos os proprietários de casas, independentemente do seu rendimento.
- Certificados de poupança de energia (CEE): Os fornecedores de energia são obrigados a financiar, sob a forma de bónus, os trabalhos de poupança de energia realizados por particulares.
Este auxílio torna as obras mais económicas, garantindo simultaneamente uma melhoria significativa do desempenho energético da habitação.
Face à crise energética, tornar um imóvel mais eficiente do ponto de vista energético já não é apenas uma opção - é uma necessidade. Quer seja para reduzir as facturas, melhorar o conforto ou enfrentar os desafios das alterações climáticas, cada proprietário pode adaptar o seu imóvel escolhendo as soluções certas. Quer se trate de isolamento, aquecimento, ventilação ou utilização de energias renováveis, estas medidas fazem parte de uma transição energética sustentável, aumentando simultaneamente o valor do seu imóvel.
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